O que você faria se tivesse uma ideia capaz de criar quatro milhões de novos empregos de tecnologia, reduzir a quantidade de energia utilizada pelos computadores, fazer os sistemas mais fáceis de serem usados, reduzir a quantidade de lixo despejada no ambiente, oferecer redes sem fio gratuitamente para as pessoas e criar um enorme supercomputador para universidades e negócios, de graça ou quase de graça, para projetos que precisam de uma grande quantidade de processamento de CPU, fazendo tudo isso com dinheiro do setor privado de uma forma que seja autossustentável?
Em tempos de grande desemprego e tensões governamentais, você manteria essa ideia para si mesmo no desejo de ganhar dinheiro, ou a divulgaria publicamente de qualquer maneira?
Esse post não é meu. É de um blogueiro indiano chamado Narendra Sisodiya http://blog.narendrasisodiya.com/. O post abaixo retrata as dificuldades de várias entidades e de muitos usuários comuns quando tentam migrar para o GNU/Linux e o FOSS, e mostra algumas das iniciativas indianas para promover a sua adoção.
Deixem-me falar sobre a maior dificuldade na adoção do Software Livre.
Esse obstáculo são os “Drivers Proprietários de Hardware“.
Na Índia recenttemente aprovamos uma “Política de Padrões Abertos”. É uma grande vitória para as comunidades de Software Livre e nossos líderes.
Da mesma forma, precisamos de uma política de venda de Hardware. Essa política deve especificar que “Qualquer hardware que o governo compre deve ter uma especificação de drivers aberta.”
Por que isso é importante ?
Deixem-me explicar através de um exemplo.
Uma escola da minha cidade comprou um hardware a um ano atrás. Na época da compra, eles não conheciam o Linux. Agora, mesmo que queiram migrar para o Linux, ele precisam contratar uma consultoria para isso. Isso porque muitos dos dispositivos de hardware têm uma certa dificuldade de funcionar com o GNU?Linux, isso porque o GNU/Linux não possui os drivers proprietários desses dispositivos. Por exemplo, algumas webcams não funcionam no GNU/Linux, ou a maioria dos lousas interativas, que são uma tendência nas escolas, etc.
Estimados defensores do Software Livre, vocês precisam se lembrar que vocês podem visitar uma escola, ou universidade, e tentar instalar o GNU/Linux, MAS, vocês não podem alterar o hardware de um sistema. Temos de ter uma política clara que especifique que diga: “todo dispositivo deve ter uma especificação ou drivers disponíveis para todos os sistemas operacionais do mercado”.
Precisamos seriamente criar uma lista negra de drivers proprietários e de hardware e impedir sua comercialização.
Hardware proprietário é um monopólio tão perigoso quanto, ou mais do que o software proprietário.Aqui está uma lista das coisas perigosas e antiéticas:
Patentes de software (O maior perigo)
Drivers e Hardware proprietário
Padrões proprietários
Software proprietário (o menor perigo dessa lista)
O motivo de pelo qual dei uma classificação de perigo menor para o software proprietário é porque é fácil obter uma equivalente (por exemplo, um software livre). Por exemplo, o Firefox e o Chrome podem substituir o IE, porque ambos funcionam com o HTML.
Mas é complicado conseguir uma adaptação equivalente de um padrão proprietário largamente adotado. Por exemplo, doc x odt.
De maneira parecida, será difícil difundir o GNU/Linux por toda a Índia por causa do perfil de hardware e dos hardwares e dos seus drivers proprietários.
Por – Narendra Sisodiya
Isso me faz lembrar nossas dificuldades discutidas infinitamente nos fórums e listas de discução do SL em nosso país. Nossa dificuldade não é só nossa. Nossa dificuldade não é “proprietária”.
Existe uma situação interessante acontecendo no mundo, hoje em dia, em particular, no Brasil: o acesso à informação, à Internet está, cada dia, mais popularizado. As vendas de PCs para as classes C e D aumentam todos os anos (http://www.opovo.com.br/www/opovo/economia/894675.html). A inclusão digital está atingindo grandes parcelas da população.
O lado oculto dessa moeda é que os crimes digitais também aumentaram, mas de maneira desproporcional (http://idgnow.uol.com.br/seguranca/2010/11/10/brasil-e-3-o-em-hospedagem-de-sites-com-malware-criminoso-diz-websense/). A matéria traz duas informações alarmantes: em um ano, o número de sites maliciosos mais que dobraram e, hoje, sites com algum tipo de código malicioso representam 20% dos sites da internet. Isso significa que você tem uma chance em cinco de entrar num site que coloque um vírus na sua máquina, sem que você saiba.
Existe um ciclo vicioso nessa história. Vejamos como explicar isso de maneira bem didática:
Igor Novikov, líder do projeto sK1 (sk1project.org), confirmou presença na Latinoware 2010. Ele falará sobre o estado da arte na edição de imagens vetoriais com o software livre, especialmente na pré-produção de material gráfico, um mercado hoje dominado por softwares proprietários, como o Adobe Illustrator e o Corel Draw.
O sK1 é um editor de imagens vetoriais capaz de abrir arquivos gerados pelo Corel Draw ou pelo Adobe Illustrator e trabalhar nativamente com eles. Além disso, o sK1 trabalha com o padrão de composição de cores CMYK, essencial para a comunicação com gráficas que possuem equipamentos e softwares que trabalham exclusivamente com este padrão. No desenvolvimento do sK1, Igor e sua equipe preocuparam-se em fazer com que tudo o que desenvolviam pudesse também ser usado por outros membros da comunidade.