Não é exagero dizer que o recente escândalo do Wikileaks balançou a Internet até os ossos. Não importa onde você se posiciona no debate, vários serviços simplesmente se recusaram a manter os negócios com o Wikileaks — tudo desde servidores de nomes de domínio até serviços de pagamento — e isso leva a muitas questões a respeito do quanto, realmente, a Internet seja robusta.
Hackers já começaram seus esforços para criar seu próprio sistema de DNS, que vai contornar o sistema de domínios oficial. Ele usa a tecnologia de compartilhamento “peer-to-peer” para contornar o problema, um dos favoritos dos hackers porque é impossível de regular.Mas e quanto a toda uma moeda baseada em tecnologia “peer-to-peer”?
Isso é o que o Bitcoin oferece, uma moeda virtual descentralizada que poderia tanto ser melhor ideia desde que aprenderam a fazer pão, ou apenas outro sonho maluco de hackers. À medida que o desastre do Wikileaks continua, começa a ser cada vez mais discutido por toda a Internet como uma alternativa ao monopólio do sistema de pagamentos online do PayPal.
O Bitcoin é uma criação do programador japonês Satoshi Nakamoto, e é real, uma verdadeira moeda através da qual você pode comprar bens e serviços, agora mesmo. Se você não acredita, dê uma olhada na seção Trade do site do Bitcoin.
Nesta terça-feira, 14 de setembro de 2010, o presidente da Microsoft para América Latina, Hernán Rincón, criticou a decisão de alguns governos da região, incluindo, e especialmente o Brasil, de incentivar– ou mesmo obrigar – a adoção de software livre em seus serviços públicos e sistemas educacionais.
Comentou: “Com todo respeito ao Brasil, mas qual deveria ser o papel do governo? Desenvolver software ou melhorar a vida da pessoas?”
Cometeu diversos enganos, aparentemente de forma intencional, haja visto que trata-se do principal executivo da Microsoft na região que de forma previsível defende o modelo de negócio desta, o software fechado.
Cometeu engano quando vinculou o uso de software livre pelo governo brasileiro à uma hipotética necessidade de desenvolvimento interno de software.
Esqueceu-se de maneira proposital, que software livre, pronto, está disponível livremente por ai. Na maior parte dos casos, nenhum desenvolvimento adicional é necessário.
Muito do que é feito simplesmente, é se escolher o software necessário (livre) e se não houver pessoal interno do serviço público habilitado à instalá-lo e mantê-lo, contrata-se uma empresa especializada para fornecer o devido suporte. Só que neste caso, não entra a Microsoft já que até hoje esta não fornece suporte à software livre.
E apesar de tudo isso, desenvolvimento de software ainda é uma tarefa corriqueira em todos os governos do mundo. Por que isso haveria de ser uma aberração aqui no Brasil?
O governo brasileiro prefere e muitas vezes obriga a apresentação de software livre em suas licitações por diversos motivos, destacando-se:
Muitas empresas brasileiras podem prover suporte e desenvolvimento sob software livre, criando empregos, capacitando mão-de-obra em tecnologias de ponta e criando tecnologia de ponta;
Possibilidade de auditoria imparcial e total sobre o que setores estratégicos do governo estão rodando em seus computadores, impossibilitando espionagem via back-doors nos programas, por exemplo;
Independência tecnológica e independência de fornecedor;
Garantia de interoperabilidade entre sistemas diferentes que usem protocolos abertos;
São ótimos motivos para qualquer governo no mundo preferir software aberto e livre.
A NSA (Agência Nacional de Segurança dos EUA especializada em espionagem eletrônica) roda Linux nas estações de trabalho internas, para que tenham acesso ao código de todo programa que usam.
O DoD (Departamento de Defesa dos EUA) segue linha parecida.
O governo da França também e pelos mesmos motivos do Brasil.
Aparentemente a Microsoft vem atacando a iniciativa brasileira pró open source, pois o Brasil perfaz 45% do faturamento deles na América Latina, sendo esta a região com a melhor curva de lucratividade para a empresa atualmente.
Estão defendendo a galinha dos ovos de ouro. às custas de espalhamento de desinformação e medo.
E justo nesses dias em que a Microsoft vem ventilando para todo mundo ouvir, que coexiste bem com o software livre e que até “ama o software livre”.
Palavras ao vento não valem nada. O que funciona de verdade, são ações concretas.
A mais pura verdade, da mais pura sabedoria. Vale a pena assistir até o final e guardar, porque não é qualquer dia que se pode encontrar uma joia dessas.
A Ubuntu-Women é uma equipe funcionando sob o Ubuntu para oferecer uma plataforma e incentivo para que as mulheres contribuam para o Linux Ubuntu, um software GNU/Linux livre e de código aberto baseado no Debian. Nosso papel principal será no sentido de complementar e ser o trampolim para o grande mundo Ubuntu-Linux. A associação é aberta a todas.
Um estudo financiado pela CE (2006) resumido no relatório Flosspols, indica que cerca de 1,5% dos membros da comunidade FLOSS eram do sexo feminino, contra 28% em software proprietário. O Censo Ubuntu (Junho 2006) também reflete uma relação similar do sexo feminino com 2.4% de mulheres de voluntariado ativo na comunidade Ubuntu.
A Ubuntu-Women é o primeiro passo na tentativa de promover a mudança através do aumento da visibilidade e da contribuição das mulheres fornecendo orientação e modelos de participação, e criando oportunidades para a colaboração com as voluntárias veteranas e novatas no Ubuntu. Temos como objetivo proporcionar uma oportunidade para as mulheres que desejem envolver-se na comunidade Ubuntu, aumentando assim a diversidade no Ubuntu-Linux através de:
Incentivo a participação feminina, por exemplo, aprendendo a criar novos softwares FLOSS (Ou renovar o existente), não somente para utilizar o GNU/Linux, mas para integrar sua base e aprender sobre ele.
Treinamento das mulheres em áreas específicas (como técnica, documentação, tradução e comunicação) assim, elas poderão ter a informação e o suporte necessário para dar esse novo passo, vencer as barreiras e dificuldades, e manter o aprendizado e o crescimento no mundo do Linux Ubuntu.
Oferecer oportunidades através do patrocínio de mulheres que desejem fazer apresentações técnicas, ou falar a respeito da sua experiência com o Ubuntu em seminários e eventos internacionais
Organizar festas hacker e “bar camps” para mulheres nos eventos sobre Linux.
Aumentar o número de mulheres que utilizam o Linux Ubuntu de maneira específica para cada país, oferecendo apoio a palestras em universidades locais, grupos de usuárias locais e escolas, o que incentivará outros a participar.
Discutir abertamente os problemas enfrentados pelas mulheres, sua participação no Ubuntu (e no Linux) e como solucioná-los.
Para atingir os objetivos acima, nós atualmente:
temos um Programa de capacitação que segue a linha do Cada-uma-ensina-uma (Each-One-Teach-One), que é uma forma elegante de compartilhar conhecimentos e aprender algo com as outras na comunidade.
temos uma lista de e-mails para discussão de assunto relacionados.
temos um canal derun an IRC em #ubuntu-women no freenode.net
Junte-se a nós e se apresente, seus interesses ou o que desejar compartilhar com as outras! Já temos um grupo bem legal, de várias origens culturais e ocupações e você está convidada a participar do mundo Ubuntu!
Na revista Exame número 962, de Fevereiro de 2010, foi publicada uma reportagem sobre manufatura em pequena escala. A reportagem começa apresentando a empresa Local Motors, de Wareham, Massachusetts/EUA, a primeira empresa automobilística aberta a alcançar o estágio de produção. A empresa lançará em Junho o Rally Fighter, um carro totalmente livre, licenciado sob Creative Commons, que foi projetado seguindo sugestões de milhares de colaboradores através da internet.
O preço de lançamento do automóvel será de US$50.000,00, e cada exemplar será construído pelos próprios compradores, em centros de montagem locais, utilizando, em sua maioria, peças encontradas no mercado de autopeças.
Há alguns meses, postei aqui um artigo sob o título de “Por que o cidadão consciente deveria optar pelo software livre sem restrições?“. Mesmo sem conhecer o trabalho da Local Motors, eu comentei que poderia ser perfeitamente possível democratizar e abrir para o público o desenvolvimento de todo tipo de produto, sob o modelo aberto representado principalmente pelo software livre, e citei o exemplo da produção de carros. Fiquei gratamente surpreso por ter sido tão atrasado na ideia 😀
Já é possível, por exemplo, fazer o projeto completo de um dispositivo, enviá-lo a uma fábrica na China e receber um protótipo por preços absurdamente baixos. Com isso, a produção de dispositivos em pequena escala (leia-se: extremamente personalizados), a preços acessíveis torna-se uma realidade. Isso vai ter repercussões bastante significativas no modelo capitalista atual, onde grandes corporações se fundem na tentativa de monopolizar os mercados. Dar a possibilidade do cidadão criar e produzir seus próprios bens é uma liberdade impensável para tal tipo de modelo econômico.
Vale a pena ler a reportagem da revista Exame disponível aqui. Caso seja necessário inserir o código do leitor, use o código “ABUJA”.
Um número cada vez maior de empresas da área de eletrônicos e semicondutores está considerando o uso de conexões e fiações de cobre em alguns de seus novos produtos.
Como o cobre vem em substituição ao ouro, essas empresas estão sendo guiadas em suas decisões sobretudo pela questão dos custos.
Mas a questão não é assim tão simples, e há uma série de aspectos envolvidos nessa substituição, afirma a Fundação Semi, uma organização internacional voltada à formação de profissionais para os setores de alta tecnologia.
Em 1937 um economista inglês chamado Ronald Coase, que já ganhou o Prêmio Nobel de Economia, fez as seguintes perguntas: “por que as firmas existem?” e “existem limites para o crescimento das firmas?”
Podem parecer perguntas óbvias, mas creio que muitos bons profissionais, sejam eles empresários ou administradores públicos, não saberiam responder a esta pergunta.
O próprio Coase respondeu à primeira pergunta usando a expressão “marketing costs”: o mercado não funciona sem custos, que são, resumidamente:
(1) o custo de busca da contra-parte;
(2) o custo de redação do contrato;
(3) o custo de monitoramento do cumprimento do contrato; e
(4) o custo de acionamento do contratado no caso de quebra do contrato.
As firmas existem para minimizar estes custos. A segunda resposta, resumidamente, vem a reboque da primeira: se uma firma cresce demais ela tende a se tornar um mercado e volta a ter os tais “marketing costs”.
A experiência do software público brasileiro apresenta um alinhamento com o que diversos autores têm escrito sobre a economia do futuro.
Portal do Software Público
Os fenômenos da tecnologia digital e da Internet geraram um novo contexto histórico em torno do ano 2000: a Revolução Tecnológica e Informacional – uma definição trabalhada nos últimos anos por Manuel Castells. O que sabemos é que ainda nos encontramos no início das descobertas que vão transformar as relações sociais, culturais e os atuais modelos econômicos.
Alguns fenômenos já foram identificados e conceituados por autores de livros como a Cauda Longa, de Chris Anderson; A Riqueza das Redes, de Yochai Benkler; e o Mundo é Plano, de Thomas Friedman. Todos exploram, à sua maneira, um cenário comum: o emergir da economia dos bens intangíveis e a produção coletiva e colaborativa em rede.
O Brasil, com a experiência do software público brasileiro (SPB), apresenta um alinhamento com o que os autores acima têm abordado sobre a economia do futuro. Entretanto, alguns elementos diferenciais, em especial por conta da evolução e do aprendizado com o modelo do SPB, vêm desenhando uma nova etapa para a iniciativa.
Uma ótima iniciativa de tornar os computadores acessíveis a pessoas com deficiência visual é o Linux Acessível 9.10. Saiba mais em: http://www.linuxacessivel.org/
É com grande satisfação que anuncio o lançamento do DVD Linux Acessível 9.10, uma versão remasterizada do Ubuntu 9.10 Karmic Koala. Este DVD tem como foco a acessibilidade para pessoas com deficiência visual, tornando o uso do GNU/Linux prático, fácil e com total autonomia na instalação por pessoas cegas ou de baixa visão.
Este post, a princípio, não tem muito a ver com o propósito deste blog, mas servirá para a minha argumentação futura sobre como palavras, pensamentos e atitutes devem estar em sintonia quando falamos em ética.
Por ora, assistam ao filme que tem muito a revelar sobre o tema ética e influência do poder econômico na sociedade.