Esclarecedor artigo de Jomar Silva, um dos representantes brasileiros no OASIS, sobre as revelações do Wikileaks a respeito das manobras da empresa para evitar que a ABNT adotasse o padrão ODF como norma para um padrão aberto de documentos.
Há alguns dias fomos todos surpreendidos com um documento encontrado no CableGate, trocado entre a embaixada norte americana no Brasil e o Governo Norte Americano em 2007. De acordo com este documento, a Microsoft fazia gravíssimas acusações contra o governo brasileiro, e apesar de ter se feito de ‘tolinha’ pelo relato da reunião, pedia indiretamente uma intervenção do Governo Norte Americano para frear o avanço do ODF no Brasil, conseguir o apoio brasileiro para a aprovação do OpenXML na ISO, frear a parceria entre o comitê técnico brasileiro e demais comitês internacionais que discutiam o padrão, reduzir a influência do Brasil no debate internacional sobre o OpenXML, além de acusar o Ministério das Relações Exteriores e a Casa Civil de estarem executando uma campanha anti-americana. Pior do que isso, insinuam ainda que o ODF é um padrão anti-americano !
Eu estava envolvido até o pescoço com tudo isso naquela época e tenho aqui todos os detalhes de bastidores que causaram esta reunião entre a Microsoft e o Embaixador Americano e posso afirmar categoricamente: Foi SIM um pedido velado de intervenção.
Mais uma vez a Microsoft que obrigar seus “usuários” a comprar seus sistema operacional mais novo, mais caro e mais guloso por hardware para ter acesso a tecnologias mais recentes. Enquanto isso, nas plataformas abertas, os mesmos recursos estarão disponíveis sem custo.
Por IDG News Service/San Francisco
Publicada em 06 de maio de 2010 às 17h03, Atualizada em 07 de maio de 2010 às 18h34
Em conferência, empresa foi criticada por dificultar acesso às vantagens da HTML5, linguagem que será adotada pela próxima versão do browser.
A Microsoft foi alvo de críticas de alguns de seus rivais na quarta-feira (5/5) por decidir não oferecer o navegador Internet Explorer 9 – e, portanto, suporte ao padrão HTML5 – a usuários de seu velho sistema operacional Windows XP.
Muitas pessoas têm a ilusão de que a Microsoft está na liderança do mercado porque é competente e tem bons produtos. Essa é uma visão distorcida, típica das pessoas que “pegaram o bonde da tecnologia andando”, e que desconhecem a história. Pessoas que, como eu, estão na área de TI há mais de 20 anos, viveram a história e viram como e por que certas coisas aconteceram, e o mercado de informática tem a cara que tem hoje. Não temos essa ilusão, e vemos o software livre de uma forma muito simpática… Pelo menos a maioria de nós.
O texto abaixo de Rob Wier, lança um pouco de luz na história das aplicações e dos sistemas operacionais, que pode ajudar, a quem esteja interessado em saber, a entender porque os defensores do software livre são tão apaixonados pela sua causa. Como se diz popularmente: “gato escaldado tem medo de água fria”.
Há exatamente cinco anos atrás, em 1 de maio de 2005, o OASIS aprovou o formato aberto de documentos 1.0 (Open Document Format – ODF 1.0) como padrão OASIS. Eu gostaria de dedicar uns poucos e breves minutos para refletir sobre esse marco, mas apenas isso. Estamos ocupados no trabalho no OASIS fazendo os últimos ajustes no ODF 1.2. Estamos nas últimas semanas da revisão que tem “todas as mãos na massa” para que possamos entregar as questões pendentes, dessa forma, podemos enviá-la para a revisão pública final. Mas espero que eu possa ser desculpado por um pequeno desvio para comemorar esse aniversário.
Colaboração: Rubens Queiroz de Almeida
Data de Publicação: 06 de abril de 2010
Fazendo uma pesquisa sobre o formato RTF, descobri diversas coisas interessantes. Na disputa entre a Novell e a Microsoft, relativa às práticas desleais adotadas pela Microsoft para tirar o Wordperfect da liderança no mercado de editores de texto, é bastante educativo aprender como, através do uso de um formato supostamente aberto, o RTF, a Microsoft conseguiu desbancar o Wordperfect da liderança de mercado.
É um mistério. Depois da Microsoft ter empurrado goela abaixo das comissões normalizadoras dos países o OOXML, através de práticas, no mínimo suspeitas, de “convencimento” de certas autoridades da ISO, aprovando a norma ISO/IEC 29500:2008, a empresa é obrigada a não vender o editor de textos Word nos EUA porque infringiu patentes de uma outra empresa (o feitiço começa a se voltar contra os feiticeiros). Estou imaginando o que será do OOXML se a Microsoft perder em definitivo o direito de utilizar o formato em seus produtos.
Esse post é para aqueles que insistem em agir como a “turma do deixa disso”, sempre entrando em discussões com expressões do tipo “não entendo todo esse ódio à Microsoft” ou “o melhor software é aquele que mais gostamos”. Isso é pra mostrar que nenhuma grande empresa, principalmente se for monopolista no seu ramo de atividades, é boazinha ou está preocupada com seus clientes, aos quais chama de “consumidores”. O objetivo de todas elas, sem excessão, é o lucro a qualquer preço e ilude-se quem defende essas empresas apaixonadamente, sem conhecimento dos fatos.
Este também é um post para os que lutam por uma sociedade mais justa e mais humana, que tenha por objetivo o desenvolvimento humano e a valorização das pessoas, em detrimento do poder econômico.
Open Document Format - Formato Aberto de Documentos
Enquanto nas listas de discussão, fóruns e comunidades das redes de relacionamento ainda se discute apaixonadamente questões como “quem é melhor, Linux ou Windows”, nos grandes organismos internacionais verdadeiras batalhas para definir o que eu, você e o resto dos pobres mortais do planeta usaremos ou deixaremos de usar em nossos computadores num futuro muito próximo. Nestes locais pode-se encontrar gente muito jovem e trabalhadora como Jomar Silva, Alexandre Oliva, César Taurion, Rubens Queiroz entre muitos outros, mas também encontra-se gente muito velhaca e mal-intencionada. Acompanhando os posts sobre a guerra de bastidores entre os padrões ODF e OpenXML no blog do Jomar Silva, começamos a entender por que as coisas são do jeito que são, e também começamos a entender por que as pessoas são manipuladas a tal ponto, que defendem cegamente uma corja de sacanas, cujo único objetivo é manter seus lucros e de seus patrões o maior tempo possível no ponto mais alto possível. Continue lendo »